Debatendo a territorialidade e identidade étnica quilombola na 31ª RBA
A convite da Presidenta Lia Zanotta e da organização da 31ª Reunião Brasileira de Antropologia (31ª RBA), na tarde do dia 11/12, a líder quilombola Anacleta Pires e o antropólogo Alfredo Wagner compuseram a mesa denominada Dueto, estabelecendo diálogo sobre tema candente: Antropologia e Direitos Quilombolas: da Constituição aos dias de Hoje. Para completar, a dupla contou com a mediação da professora Eliane Cantarino, que, como Wagner, se dedica aos estudos de povos tradicionais e quilombolas.
A líder feminina nascida em Santa Rosa dos Pretos, no estado do Maranhão, falou da importância da RBA e da ABA para as conquistas dos quilombolas. Ela lembrou que “a antropologia é uma importante aliada na luta por direitos e que precisam ser fortalecidos os compromissos para continuar as mudanças dessa realidade tão sofrida”.
Para o antropólogo Alfredo Wagner, que é pesquisador e aliado da causa quilombola, o tema escolhido para a 31ª RBA realizada em Brasília, em 2018, foi perfeito, A Antropologia em Ação; e a luta dos quilombos no Brasil é um grande exemplo desta antropologia em ação, “a identidade quilombola não tinha reconhecimento e nosso trabalho foi fundamental nesse processo de reconhecimento da identidade e da territorialidade dos quilombos”, enfatizou o antropólogo.
Durante a 31ª RBA, a quilombola Anacleta Pires concedeu à professora Mônica Nogueira, do Centro de Desenvolvimento Sustentável da UnB, uma bela entrevista, realizada na UnB TV.
Confira no link: https://www.youtube.com/watch?v=l91KTECUS4
Antropologia e Direitos Indígenas: da Constituição aos dias de hoje na 31ª RBA
A convite da presidenta da Associação Brasileira de Antropologia (ABA), Lia Zanotta (UnB), e da organização da 31ª Reunião Brasileira de Antropologia (31ª RBA), no dia 10/12, no período da tarde, foi realizado o Terceto com os antropólogos João Pacheco de Oliveira (MN/UFRJ), Tonico Benites (Liderança Indígena Kaiowá – MN/UFRJ) e a educadora indígena, Joziléia Daniza Jagso Inácio Jacodsen, do povo Kaingang. Os três tiveram a oportunidade dialogar sobre Antropologia e Direitos Indígenas, desde a Constituição aos dias de hoje. O terceto contou com a presença da Professora Lia Zanotta à Mesa e de um amplo e interessado publico de antropólogos/as , muitos deles e delas indígenas.
“Estamos arriscando a nossa vida para efetivação de um direito conquistado, é preciso demarcar as nossas terras, fomos expulsos, nossos familiares são assassinados cotidianamente, nosso direito custa o nosso sangue, e ainda querem aplicar o marco temporal, alegando que não somos originais das nossas terras. São décadas de luta e séculos de exploração”, apresentou o antropólogo Tonico Benites, que trouxe em seu discurso a dura realidade em que vivem os Guarany Kaiowá, em Mato Grosso do Sul.
“A Terra é parte da nossa formação enquanto ser, nós e a floresta formamos o território tradicional para sermos Kaingang, tudo é complementar, demarcação já!”. Assim iniciou o debate a professora Josiléia Kaingang, que em sua fala trouxe desde a memória ancestral da ocupação territorial até as estratégias atuais de luta pelos territórios sagrados. A Kaingang destacou ainda a importância das instituições, principalmente das universidades, para as conquistas e avanços da agenda do movimento indígena.
Para o antropólogo João Pacheco de Oliveira, ex-Presidente da ABA, “as etnias indígenas são parte do patrimônio cultural brasileiro, pluralismo importante na nossa sociedade, significa grande esperança da nossa nação”. Ele que é Professor Titular do Museu Nacional/UFRJ e cujos trabalhos são incontornáveis para a compreensão dos direitos dos Povos Indígenas, ressaltou que “garantir direitos indígenas no Brasil é sempre um grande desafio, e declarar que não vamos demarcar terras indígenas é inconstitucional”.
Durante a 31ª RBA, João Pacheco de Oliveira (MN/UFRJ) concedeu ao professor Henyo Barreto, do Departamento de Antropologia (DAN) da UnB, uma entrevista realizada na UnBTV sobre o tema.
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