Editorial
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As contribuições reunidas neste número do BOLETIM da ABA refletem algumas das preocupações concernentes à antropologia e aos antropólogos. Expressam também as diretrizes e a política editorial que vêm sendo seguidas pela atual diretoria. No número anterior, grande ênfase foi dada às Comissões de Assuntos Indígenas e de Direitos Humanos. Neste, abre-se espaço para as representações da ABA em comissões e para outras questões que julgamos de interesse para a comunidade antropológica. O número se inicia com uma instigante reflexão de Renato Janine Ribeiro, feita no Fórum Edição e Editoração de Teses Acadêmicas, realizado na XXI Reunião Brasileira de Antropologia, que teve lugar em Vitória do Espírito Santo, em abril do ano passado. Ao retomá-lo, temos a intenção de provocar o debate e suscitar iniciativas sobre a questão das publicações, crucial para a circulação do conhecimento produzido e para a vitalidade de nossa disciplina. No segundo artigo, Patrícia Monte-Mor aborda a questão do uso da imagem na trajetória da Antropologia, indicando continuidades históricas e as mudanças sociais mais recentes que contribuem para a conformação de um campo específico de estudos, a Antropologia Visual. A presença deste novo campo tem sido marcante nos encontros acadêmicos realizados nacional e internacionalmente, nos últimos anos e, aos poucos, passa a compor a oferta de cursos de graduação e de pós-graduação no país. Os artigos de Jayme Moraes Aranha Filho, de Álvaro de Oliveira D' Antona e de Cibele Barreto Lins Verani nos trazem informações importantes sobre conselhos ou grupos de trabalho nos quais a ABA tem representação ou de atividades que a ABA desenvolve. O primeiro é nosso representante no Grupo de Trabalho sobre Política Nacional de Produção e Dissiminação de Informações Sociais, Econômicas, Demográficas, Territoriais e Ambientais, abrigado pela SBPC. Neste artigo, Jayme Aranha registra o contexto do aparecimento do grupo, descreve suas atividades e aponta para a função estratégica que o grupo pode vir a exercer na definição de uma política de informação para o país. Álvaro de Oliveira D'Antona, que, com muita competência, há anos, vem gerenciando a home-page da ABA, apresenta os resultados, obtidos através do Sistema de Informações Bibliográficas de Teses e Dissertações em Antropologia e sugere caminhos para o aperfeiçoamento do Sistema. Cibele Barreto Lins Verani analisa o alcance e os limites das recentes políticas públicas voltadas para a Saúde dos povos indígenas, fazendo um breve histórico da questão Um box, com observações da autoria de Márcio Ferreira da Silva, representante da ABA na Comissão Intersetorial de Saúde do Índio, acompanha o artigo e ajuda o leitor a compreender a conjuntura atual. Reproduzimos ainda neste número dois documentos que julgamos de interesse imediato de nossos associados. Dos povos indígenas, a Declaração dos Filhos do Rio. Da Comissão de Especialistas do Ministério da Educação, o Documento Provisório para Mudança do Currículo de Ciências Sociais. Inaugurando uma nova sessão de resenhas, Sandra Maria de Sá Carneiro se encarregou de fazer a resenha do vídeo Arqueologias Urbanas: Memória do Mundo, de Ana Lúcia Carvalho Rocha e Maria Henriquita Creidy Satt, vencedor do Concurso Pierre Verger, promovido pela anterior Diretoria da ABA, sob a presidência de Mariza Corrêa. A idéia é manter, a cada número, essa sessão de resenhas, para divulgar o conteúdo de trabalhos ou vídeos vencedores de Concursos promovidos pela ABA, a fim de suscitar a apreciação e o debate entre outros associados, além daqueles que participam da Comissão Julgadora. Com o Edital do próximo concurso para o Prêmio Pierre Verger e o informe sobre a atual situação financeira da ABA, encerramos este número. Uma palavra a mais sobre as perspectivas da atual gestão. O Projeto Direitos Humanos e Cidadania: a contribuição dos antropólogos foi enviado para a Fundação Ford. A doação foi aprovada e, assim, será dada continuidade ao Projeto anteriormente financiado pela Fundação Ford sobre Terra de Quilombos (ver informe de Eliane Cantarino no Boletim nº 30 , 2º semestre de 1998). Deveremos também, com o novo convênio, realizar um levantamento sobre as atividades dos nossos associados nas diferentes áreas e dimensões dos Direitos Humanos. Organizaremos ainda um Curso, intitulado A Antropologia e os Direitos Humanos, dirigido aos profissionais da mídia, das organizações não governamentais e ao público em geral. O convênio prevê ainda a promoção do Prêmio ABA/FORD, que, desta vez, versará sobre temas relacionados à questão dos Direitos Humanos, cujo edital circula encartado a este Boletim. Por fim, cabe informar que a próxima reunião será em Brasília, no ano que vem de 16 a 19 de julho. O acumulo de eventos em Brasília no mês de abril não permitiu manter a tradição de realizar a Reunião nos dias que antecedem a Semana Santa. No 23º Encontro Anual da Anpocs (19 a 23 de outubro de 1999) será discutida a programação. Consulte nossa homepage para maiores informações. Em Brasília, na ABA 2000, ao se encerrar a atual gestão e os trabalhos desta Comissão Editorial, esperamos ter um proveitoso encontro acadêmico, uma ocasião para avaliar criticamente diferentes dimensões da realidade brasileira e, certamente, um momento de congraçamento para todos que têm generosamente contribuído para o fortalecimento de nossa Associação. A Comissão Editorial
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Boletim
da ABA, nº 31 - 1º Semestre de 1999
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