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GT 054. Políticas, etnografias e campos da extensão universitária na antropologia brasileira
Luciana Gonçalves de Carvalho (Ufopa) - Coordenador/a, Luciana de Oliveira Chianca (UFPB) - Coordenador/a, Ulisses Neves Rafael (Universidade Federal de Sergipe) - Debatedor/a, Lady Selma Ferreira Albernaz (ufpe) - Debatedor/aA pesquisa de inspiração participante marcou a busca de uma construção reflexiva e dialógica no campo antropológico, notadamente a partir dos anos 1970, no Brasil. O fazer antropólogo expandiu-se então consideravelmente, na percepção de que saberes acadêmicos, científicos ou humanísticos pressupõem uma fusão de horizontes com os saberes populares e locais, sejam eles tradicionais ou não. Tal pressuposto transformou o cotidiano de muitos professores e pesquisadores, sendo que nas universidades brasileiras ele foi traduzido pela incorporação oficial da extensão no binômio ensino/pesquisa, relacionando conceitual e inexoravelmente a universidade pública com a sociedade e suas demandas.
Este GT propõe o debate de aspectos conceituais, metodológicos, políticos, relacionais e pedagógicos de práticas extensionistas em diferentes contextos de atuação e em relação com áreas de conhecimento conexas à antropologia. São bem-vindos relatos de experiência e análises de programas, projetos de extensão universitária e ações “extramuros”, voltadas para educação, arte, saúde, meio-ambiente, patrimônio cultural, igualdade racial, direitos humanos, desenvolvimento local, trabalho e renda. Deseja-se estimular reflexões e críticas sobre o preceito da indissociabilidade das dimensões de ensino, pesquisa e extensão, considerando-se as condições objetivas e subjetivas da implementação das ações e mediações extensionistas nas distintas regiões do Brasil.
Resumos submetidos |
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A criação e ações da Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidades da Universidade Federal de Santa Catarina e suas ressonâncias nos estudantes negros e negras ingressos por cotas raciais Autoria: Alexandra Eliza Vieira Alencar Autoria: Desde 2007 as ações afirmativas que possibilitam o acesso a estudantes negros e negras por meio de reserva de vagas, com critério racial, em cursos do ensino superior da Universidade Federal de Santa Catarina são uma realidade. Com o acompanhamento e discussão da universidade com os movimentos sociais negros e com os próprios e próprias estudantes ingressos/as sobre a implementação de tais políticas dentro desta instituição de ensino, é criada, em 2016, a Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidade da UFSC. Tal secretaria tem como missão auxiliar o gabinete da Reitoria a propor, implementar, consolidar e monitorar políticas de ações afirmativas e diversidades no âmbito dessa instituição de ensino superior. Nesse sentido, através de entrevistas realizadas com estudantes negros e negras ingressos por cotas raciais este artigo pretende tecer uma análise sobre as ações efetuadas por essa secretaria e as ressonâncias dessa atuação na trajetória desses estudantes negros e negras. Tal produção científica pretende aprofundar a compreensão do que consiste a implementação de uma política pública e de que maneira tais políticas abarcam as diversidades dos sujeitos envolvidos por ela.
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ANTROPOARTE, um projeto de extensão ou como praticar etnografia Autoria: Odile Elise Augusta Reginensi Autoria: Uma pesquisa visitante (CNPq) formou a base da construção da pesquisa de extensão AntropoArte na Uenf que começou em abril de 2017. A cidade como cenários de oportunidade resuma o questionamento inicial. A primeira pesquisa foi realizada em vários lugares de favelas e conjuntos habitacionais na cidade de Campos de Goytacazes, cidade média, situada na região norte fluminense. Focamos a pesquisa extensionista numa favela, chamada a Margem da linha (antiga linha férrea Rio Campos em terras pertencentes à uma usina), cujos moradores, em particular um grupo de jovens, vivenciaram períodos de remoção. Entre a experiência da imagem na etnografia e performance, a pesquisa de extensão desenvolvida traz interessantes cruzamentos entre arte, política, processo de urbanização bem como acesso diferenciado à cidade.
Este texto propõe uma reflexão crítica sobre como praticar etnografia a partir da experiência de pesquisa extensionista e sua metodologia ''a ser inventada em comum’’. Por isso, vamos analisar duas produções realizadas pelo projeto citado: a construção de um mapa falado baseada em encontros, caminhando na favela da Margem da linha e, um documentário etnográfico que resgata o processo de oficinas de fotografia e construção de uma performance.
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Antropologia, cidades e infância: desafios de um curso de extensão Autoria: Julia Galli O'Donnell, Sérgio Porto Autoria: Esta apresentação visa descrever e analisar a experiência do curso de extensão “Criança e Território”, concebido no âmbito do Departamento de Antropologia Cultural do IFCS/UFRJ. Formado por uma equipe multidisciplinar, o projeto nasceu do desejo de conectar as reflexões do campo da Antropologia Urbana com o universo infantil, especialmente no que diz respeito aos usos da cidade pelas crianças e às suas percepções sobre o espaço urbano. O curso, que ainda está em andamento, tem como público-alvo professores da rede pública de ensino e tem o objetivo de construir, junto a eles, um repertório de questões e atividades que estimulem reflexões sobre a vida urbana dentro da rotina escolar. Com base na experiência de preparação e realização do curso, a apresentação irá debater algumas das questões que vêm permeando o desafio de dar corpo a uma ação extensionista que se propõe a pôr em diálogo a Antropologia Urbana e a educação infantil: quais os limites da tradução do saber antropológico para um público não acadêmico? como pôr em prática o princípio dialógico de construção de conhecimento entre saberes à primeira vista tão distintos? como pensar a Antropologia como instrumento heurístico na busca pela construção de saberes junto às crianças? A essas questões soma-se ainda a reflexão sobre a construção de um curso feito a partir da Antropologia, mas em franco diálogo com áreas como a Arquitetura e Urbanismo, a Psicologia e a Pedagogia. Afinal, a experiência do curso tem nos colocado diante da necessidade de confrontar diferentes percepções disciplinares sobre a cidade e sobre a infância, num rico e permanente processo de construção coletiva. Mais que apontar caminhos, a apresentação buscará propor uma reflexão crítica sobre este processo em andamento, visando levantar questões que concernem não apenas à prática extensionista mas também à própria construção do saber antropológico, ininterruptmente confrontado com as potencialidades e os limites da produção dialógica de saberes e práticas.
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Ações Afirmativas na UFSC : formação e atuação de coletivos de estudantes negros e negras Autoria: Giovanna Barros Gomes, Alexandra Eliza Vieira Alencar - Universidade Federal de Santa Catarina Autoria: Através de um levantamento de notícias sobre as Ações Afirmativas na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) de 2008 a 20018, foi constatado uma invisibilidade de informações sobre a existência e atuação de coletivos de estudantes negros e negras que se formaram após a implementação dessas políticas públicas nesta instituição de ensino superior.
A partir deste contexto, este pôster pretende abordar aspectos sobre as formações e ações desses coletivos de estudantes, bem como os diálogos com a universidade e a percepção dos mesmos sobre as políticas públicas de ações afirmativas.
Tal pesquisa tem como pano de fundo a análise da eficácia dessas políticas públicas de ações afirmativas e em que medida tais coletivos acabam por construir estratégias de resistência dentro desses espaços de formação
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Cine-Bicha: diálogos sobre diversidade sexual e de gênero Autoria: Luciana Maria Ribeiro de Oliveira, ANA VALERIA SALZA DE VASCONCELOS
ANTÔNIO CÉSAR MATOS DE SANTANA
FLAVIO BRITO RODRIGUES
ROBINSON PIERRE PEREIRA DA SILVA JUNIOR
WERTTON LUIS DE PONTES MATIAS
Autoria: O projeto de extensão Cine-Bicha (UFPB) foi criado em 2018 com a intenção de fomentar espaços de exibição fílmica sobre, com e para a população universitária LGBT, mas também, na intenção de contribuir para uma sociedade mais compreensiva no que diz respeito às questões de diversidade sexual e de gênero a partir do compartilhamento de experiências e emoções, além da troca de informações entre a população universitária LGBT, demais estudantes e comunidade em torno da universidade. Fundamentado numa perspectiva metodológica de ação, o projeto se propõe a realizar intervenções fílmicas na UFPB, nos seus arredores e em eventos acadêmicos que a mesma promova. Com uma proposta de exibição mensal que inclui estudo, planejamento, divulgação e avaliação posterior de nossas ações, o Cine-Bicha se faz presente a partir das demandas que surgem, seguindo a fluidez própria da dinâmica cotidiana do espaço acadêmico, estando sempre aberto para modificações esperadas e inesperadas dos planejamentos iniciais. O work acontece de forma coletiva e colaborativa onde cada um se coloca disponível a partir de suas habilidades e conhecimentos diversos. Os filmes exibidos são de temática sobre diversidade sexual e de gênero. A proposta do projeto justifica-se a partir de uma necessidade local da universidade em promover reflexões sobre e com a população LGBT na perspectiva de combater violências cotidianas por que passam os estudantes LGBTs dentro e fora da universidade, na busca de um melhor bem-viver e conviver. O Cine-Bicha baseia-se na teoria queer. Queer seria um jeito de pensar a partir daqueles que desafiam as normas regulatórias da sociedade, que causam desconforto e provocam ambiguidades que constroem e/ou reconstroem de forma subversiva as suas identidades dentro de uma sociedade opressiva e heteronormativa (LOURO, 2013; BUTLER, 2017). A respeito dessas construções e reconstruções subversivas, a antropóloga Larissa Pelúcio (2012) afirma que elas seriam a possibilidade de acionamento de um recurso subalterno de sobrevivência. Lembrando que falar de saberes subalternos não é simplesmente dar voz aos que foram privados de fala, mas sim, pensar em outras formas de linguagem, no caso aqui, a do corpo identitário socialmente rejeitado e da sexualidade não padronizada na heterossexualidade cisgênera. A linguagem fílmica surge assim como uma proposta provocativa e capaz de incitar a reflexão e o debate crítico não-violento. Como proposta de análise pós-extensão, intenta-se transformar a experiência das intervenções fílmicas em texto, “descrição densa” (GEERTZ, 1989), a partir de uma perspectiva etnográfica “de perto e de dentro” (MAGNANI, 2002; 2009). Objetiva-se que, até dezembro/18, teremos um total de sete intervenções realizadas e etnografadas.
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De ‘aprendiz de Antropóloga’ a “tia”: o ensino antropológico a partir de textos literários Autoria: Carla Figueiredo Marinho Saldanha Autoria: O presente texto é resultado da experiência que vivenciei enquanto professora de redação para alunos do Ensino Fundamental II, em uma rede educacional confessional na cidade de Belém, no estado do Pará, durante os anos de 2012 e 2013. Embora minha experiência não esteja atrelada a um projeto de extensão universitária, entendo-a como uma ação “extramuros”, uma vez que busquei trazer para ‘minha’ sala de aula discussões das ciências sociais e áreas afins – meio ambiente, cultura, injunções de gênero, igualdade racial, direitos humanos e a arte literária – com o recorte regional. Na época a rede educacional não havia adotado um livro didático para a disciplina de redação, o que de certa forma me dava liberdade na seleção dos gêneros literários e textos que trabalharia nas aulas. A dupla habilitação em Ciências Sociais e Letras me possibilitou maior destreza no momento de elencar os textos de autores paraenses – Inglês de Souza, Eneida de Moraes, Dalcídio Jurandir, Bruno de Menezes – que foram cuidadosamente digitados por mim, já que não podia pedir que os alunos adquirissem para as aulas. A dinâmica em sala não estava limitada a leitura direcionada, uma vez que previamente os mesmos pesquisavam sobre os escritores – vida ⁄obra – e as principais temáticas trazidas nos textos. Dentro dos resultados da experiência vivida destaco: o aprendizado da leitura sócio antropológica, uma vez os alunos conseguiram realizar a leitura para além do gênero ou estética textual, enxergando muitas vezes particularidades do cotidiano vivido ou já ouvido nas narrativas familiares; a desconstrução do imaginário da quase inexistência de produção literária local, o que de certa forma entendo como um passo a valorização do viés artístico literário amazônico.
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Diálogos Universidade-Escola: parceria entre a Universidade de Brasília e a Escola Parque da Natureza de Brazlândia Autoria: Juliana Rochet Wirth Chaibub Paulino, Rafael Litvin Villas Bôas
Cláudia Simone Fernandes Caixeta Gomes
Simone Menezes da Rosa
Claudiane França de Sousa Guerra
Marcelo Ximenes Aguiar Bizerril Autoria: Busca-se relatar a experiência de criação e implementação do Programa de Extensão “Diálogos Universidade-Escola: uma parceria entre a Universidade de Brasília (UnB) e a Escola Parque da Natureza de Brazlândia (EPNBraz)”, institucionalizado em julho de 2018. A iniciativa, de caráter multidisciplinar e intercampi, é composta por doze ações de extensão desenvolvidas por quatro unidades acadêmicas da UnB (Faculdade UnB Planaltina, Faculdade de Educação, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e Faculdade de Saúde). Seu objetivo é refletir, debater e experenciar a relação entre universidade-escola numa perspectiva metodológica participativa e dialógica, a partir da indissociabilidade das dimensões do ensino, pesquisa e extensão em três linhas de atuação: Meio Ambiente e Educação; Cultura, Comunicação e Educação; Alimentação, Saúde e Educação. A ação busca horizontalizar as interfaces entre os espaços oficiais de formação e as práticas aprendidas e desenvolvidas no viver cotidiano da docência mediante a aproximação entre teoria-prática e o diálogo de saberes científicos, populares e locais. Nesse diálogo, entende-se que o lugar privilegiado do encontro entre docentes, estudantes e comunidade é a Escola. Inaugurada em setembro de 2014, a EPNBraz atende 1680 estudantes da rede pública matriculados no 1° e 4° ano, com idade de 6 e 14 anos. Sua atuação compreende quatro eixos temáticos: arte, educação ambiental, educação patrimonial e educação física. No local, funcionam dez estações educativas ao ar livre, que enfatizam o corpo em movimento e a relação direta e imediata com a natureza. O modelo pedagógico foi instituído na década de 1960 por Anísio Teixeira, que pretendia desenvolver um projeto de referência em educação integral que articulasse ensino intencional em sala de aula (Escola Classe) com atividades ligadas ao corpo, às artes, à cidadania, estética, cultura e works manuais, sem hierarquizações (Escola Parque). A importância da relação universidade-escola para a formação docente inicial e continuada, para a reflexividade das práticas pedagógicas e para a produção de conhecimento sobre as diferentes realidades escolares é imensa. Nesse sentido, justifica-se a importância de ações de extensão que afirmem a premissa da educação pública de qualidade referenciada nos sujeitos sociais; e que fomentem o diálogo entre escolas, universidades e outros equipamentos e políticas públicas, criando espaços, tempos e oportunidades educacionais democráticas e plurais. Desde sua criação, o Programa articulou o “I Ciclo de Formação UnB-EPNBraz 2018”, mediante a realização de 10 oficinas nos campos da educação, saúde, cultura e meio ambiente e o "I Encontro da rede de educadores(as) EPNBraz-UnB para formação em direitos humanos", a realizar-se em setembro de 2018.
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Extensão universitária, direitos humanos e políticas públicas para mulheres no município de Rio Claro – SP. Autoria: Bernadete Aparecida Caprioglio de Castro Autoria: Resumo: A extensão universitária tem caráter educativo, cultural e científico, possibilitando ações transformadoras a partir da relação universidade-sociedade, produzindo e socializando conhecimentos. A reflexão antropológica presente na temática da cultura e política reforça sobremaneira a interação entre saberes acadêmicos e saberes populares, permitindo práticas no contexto da multidisciplinaridade. A pluralidade dos grupos humanos e a diversidade cultural se opuseram à homogeneização da vida social, abrindo caminho à expressão do particular, do diferente, do outro. As singularidades emergiram como reivindicações dentro do cenário da modernidade passando a exigir uma articulação entre produção do conhecimento e a prática social. O recorte da discussão apresentada aqui foi resultado da experiência obtida no Projeto de Extensão - Direitos humanos, relação de gênero e redes sociais: políticas públicas para mulheres no município de Rio Claro - SP, com alunos do curso de Geografia da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, IGCE - Campus de Rio Claro. Este foi desenvolvido em parceria com Assessoria Municipal de Referência e Atendimento à Mulher, o CRAS (Centros de Referência de Assistência Social) e o CRAM (Centro de Referência de Atendimento às Mulheres). Esse work teve como objetivo principal tratar a questão da mulher no âmbito das políticas públicas, buscando compreender a condição feminina e seu cotidiano, levando em conta a violência de gênero, a saúde e a participação política das mesmas na esfera pública do município. Tendo em vista a II Conferência Municipal de Políticas para as Mulheres em 2015, as atividades de extensão envolveram também: o acompanhamento das Pré-Conferências nos territórios (11 bairros da cidade); tabulação das demandas apresentadas pelos grupos de mulheres; elaboração do regimento e organização do evento. Foram eleitas oito delegadas para representação na conferência estadual. A prática extensionista possibilitou aos alunos desenvolverem competências no âmbito de sua área de estudo, bem como promoveu o conhecimento da realidade local através do debate sobre cultura, gênero e relações raciais, reconhecendo o protagonismo das mulheres negras no município. O projeto de extensão em conjunto com as atividades da agenda das políticas públicas para as mulheres, trouxe ganhos para os alunos envolvidos, seja no diálogo de saberes e experiências com a população alvo, como também ampliou as escolhas no campo da pesquisa acadêmica.
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Extensão, internet e seu potencial cultural e comunicacional na Aldeia Munduruku de Bragança/Marituba Autoria: Fernando Oliveira Paulino, Dr. Carlos Potiara (Professor da Universidade de Brasília, Brasil),
Dra. Celia Matsunaga (Professor da Universidade de Brasília, Brasil)
Mariana Bitencourt Santos (Graduanda em Comunicação, Un Autoria: Neste work, apresentamos resultados do projeto de extensão e comunicação que tem sido desenvolvido na aldeia Munduruku de Bragança/Marituba. A partir de contatos diretos com essa comunidade, observou-se nas vivências e anotações etnográficas feitas, a necessidade de se desenvolver projetos de políticas de comunicação que garantam o acesso à internet à população Munduruku da Floresta Nacional do Tapajós, município de Belterra (Pará). Encontramos o desafio da comunicação ao identificar a presença da mídia tradicional presente no dia a dia da comunidade por meio da televisão, cujo sinal vem de uma antena parabólica. Por um outro lado, não há sinal de celular que permita a comunicação entre familiares com a cidade mais próxima. Assim, o acesso à internet faz-se necessário, baseado no uso da tecnologia e nos processos comunicacionais que poderão amenizar as problemáticas de comunicação, saúde, educação e cultura enfrentadas pelas aldeias de Bragança e Marituba.
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Gênero e cinema na rede: o Feito por Elas como ferramenta de reflexão Autoria: Isabel Wittmann Autoria: Embora o cinema ficcional tenha sido criado em 1896 por uma mulher, Alice Guy, a experiência do compartilhamento da arte ainda é majoritariamente masculina, do olhar da câmera àquele do expectador (MULVEY, 1983), passando pelos nomes de grande destaque e mesmo pela crítica e curadoria. Foi com o intuito dar visibilidade às narrativas criadas por mulheres e fomentar o debate acerca da igualdade de gênero enquanto direito humano fundamental que se iniciou o projeto Feito por Elas em 2016. Tomando o cinema enquanto uma tecnologia de gênero (LAURETIS, 1987), trata-se de um projeto que articula pesquisadoras nas áreas de antropologia, bem como aquelas da área das letras e comunicação, para, por meio da crítica de cinema, utilizando plataformas digitais como redes sociais e midiáticas como podcasts, abordar de maneira educativa algumas das múltiplas sobreposições entre arte, em especial audiovisual e os campos políticos abarcados por gênero, corpo, sexualidade e feminismo. A iniciativa, de caráter “extramuros” e de abordagem interseccional (CRENSHAW, 2002; PISCITELLI, 2008), pretende alcançar um público não necessariamente acadêmico, permitindo que o debate se amplie. Este artigo visa compartilhar as metodologias utilizadas e os resultados obtidos após mais de dois anos de projeto, por meio de relatos de experiência e refletindo, ainda, sobre as possibilidades futuras.
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