O Comitê Patrimônios e Museus da ABA vem externar seu posicionamento contrário à destituição de Hermano Fabrício Oliveira Guanais e Queiroz do Departamento do Patrimônio Imaterial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e à sua substituição por Tassus Lycurgo Galvão Nunes. O atual diretor do DPI, com pós-graduação em Preservação do Patrimônio Cultural pelo Iphan; vinha realizando excelente trabalho, coordenando equipes profissionalizadas em todo território nacional. Já o recém-nomeado, embora detentor de títulos acadêmicos, não tem formação na área nem competência específica para assumir um cargo de condução da política federal de Patrimônio Cultural Imaterial (PCI). Chamamos atenção para o risco iminente de desmonte da exitosa política que vinha sendo implantada no Brasil desde 2000, uma referência internacional merecedora de reconhecimento por parte da UNESCO, que a premiou por sua excelência no alcance dos objetivos de identificação, estímulo e preservação do PCI. Apontamos, também, o risco de descontinuidade dos planos de salvaguarda e do apoio necessário aos detentores dos bens registrados como Patrimônio Cultural do Brasil. Lembramos que o Patrimônio Cultural Imaterial compreende uma área sensível, que necessita de profissionais com expertise e formação apropriada, tendo em vista o necessário relacionamento com populações indígenas, quilombolas e segmentos das camadas populares. A ABA alerta para o risco de perda de um trabalho na longa duração, que beneficia importantes segmentos da cultura popular, fundamentais para a memória coletiva da sociedade brasileira.
Brasília, 04 de dezembro de 2020.
Associação Brasileira de Antropologia – ABA e seu Comitê Patrimônio e Museus
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