Nota sobre Evento público realizado na Universidade Federal do Oeste do Pará, nos dias 27 e 28 de abril de 2023

A Associação Brasileira de Antropologia (ABA), por intermédio do Comitê Patrimônios e Museus, do Comitê Quilombos, do Comitê Povos Tradicionais, Meio Ambiente e Grandes Projetos e da Comissão de Assuntos Indígenas, solidariza-se com a comunidade acadêmica da Universidade Federal do Oeste do Pará e apoia suas notas de repúdio[1] às declarações proferidas em evento realizado nessa universidade, nos dias 27 e 28 de abril de 2023[2].

Desta Universidade, o Instituto de Ciências da Sociedade, o Programa de Antropologia e Arqueologia, o Programa de Ciências Jurídicas, o curso de Bacharelado em Gestão Pública e Desenvolvimento Regional, o Centro Acadêmico de Direito Vandria Borari, o Coletivo dos Estudantes Com Deficiência, a Liga Acadêmica de Direito Sumaúma, o Núcleo de Assessoria Jurídica Universitária Popular – Najup Cabano,  o Centro Acadêmico de Antropologia Luana Kumuruara, o Centro Acadêmico de Economia Celso Furtado e o Sindicato dos Docentes da Universidade Federal do Oeste do Pará denunciam  e repudiam declarações proferidas contra os direitos territoriais; contra a  autodeterminação dos povos indígenas; contra o direito fundamental à saúde e à vida das comunidades assoladas pela contaminação hídrica provocada pelo mercúrio; contra a regularização do garimpo na Bacia do Tapajós; assim como falas de conteúdo racista; declarações de desqualificação dos sistemas de produção baseados na agricultura familiar; e manifestações que evocam a defesa da grilagem de terras públicas.

A ABA reconhece a Universidade pública como o lugar de produção de conhecimento, como espaço público de crítica e debate, e de respeito ao arcabouço legal do país, de modo que vê com extrema preocupação manifestações explícitas contra direitos assegurados na Constituição Federal e em cânones infralegais; assim como ataques à saúde de comunidades locais largamente comprovados pela ciência.

A ABA, por meio de seus antropólogos associados, tem historicamente oferecido à sociedade um largo acervo científico referente a estas questões e segue no espaço público disponibilizando conhecimento e reflexões e sobretudo práticas democráticas que concorram para a observância aos direitos constituídos e a construção de uma Amazônia solidária, sócio e biodiversa.

Manifestações sobre o evento público realizado na UFOPA: http://www.abant.org.br/files/20230502_64514f1034f48.pdf.

Brasília, 05 de maio de 2023.

Associação Brasileira de Antropologia – ABA; seu Comitê Patrimônios e Museus; seu Comitê Quilombos; seu Comitê Povos Tradicionais, Meio Ambiente e Grandes Projetos; e sua Comissão de Assuntos Indígenas

Leia aqui a nota em PDF.

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[1] Disponíveis em: (inserir o drive ABA)
[2] Transmitido pelo canal da Câmara Municipal de Santarém no YouTube.

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