A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e a Associação Brasileira de Antropologia (ABA) vêm, por meio desta nota, expressar indignação diante da atitude omissa e conivente do Governo Federal com a situação alarmante vivida pelo Povo Yanomami, decorrente em grande medida da ocupação do seu território tradicional pela indústria do garimpo, que nos últimos anos mobilizou mais de vinte mil pessoas para invadir e degradar suas terras, florestas, cursos d’água, fontes alimentares e vida comunitária. Nem mesmo diante do risco iminente de surtos da Covid-19 em comunidades Yanomami com difícil acesso aos serviços de saúde, e podendo ocasionar inúmeros óbitos e diferentes sequelas, algumas irrecuperáveis, fez com que o Governo Federal e suas agências se mobilizassem de forma adequada a fim de proteger esse povo e para retirar do território indígena o principal foco de transmissão de doenças, o garimpo.